segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Resultados da primeira sondagem

A votação da primeira sondagem terminou esta segunda-feira, dia 29!
Aqui estão os resultados apurados durante estas duas semanas:

"Está familiarizado(a) com a sobredotação?"


Continuem atentos! De duas em duas semanas teremos uma nova sondagem.
Votem!!

domingo, 21 de novembro de 2010

O que é o quociente de inteligência (QI)?

Este sistema foi criado no início do século XX, pelos franceses Alferd Binet e Théodore Simon.
Consistia numa série de problemas lógicos que a maioria das crianças seria ou não capaz de resolver, numa determinada idade. Assim, apresentava-se uma sequência de tarefas: das mais fáceis, que mesmo crianças muito jovens poderiam realizar, até às mais difíceis, que apenas adultos poderiam completar. Deste modo era calculada a idade mental da pessoa - alguém que fosse capaz de resolver os problemas que se esperaria que uma criança de 10 anos conseguisse resolver, tinha uma idade mental de 10 anos. Foram depois aplicados aos adultos.
Em seguida, criou-se o conceito de quociente de inteligência - a razão entre a Idade Mental e a Idade Cronológica, multiplicado por 100. Ou seja, se eu tenho 8 anos e a minha idade mental é 10 anos, então o meu QI será 125. Assim, o QI médio será de 100 porque corresponde a uma idade mental igual à idade cronológica.


Evolução

No passado, estes testes eram vistos como um meio de identificar a totalidade do potencial de cada indíviduo e era considerado sobredotado quem pertencesse aos 2% da população com resultados mais elevados. No entanto, esta visão modificou-se, porque eles apenas avaliam algumas aptidões.


Os testes de QI conseguem avaliar:

- Habilidade linguística
- Raciocínio lógico-matemático
- Pensamento analítico
- Capacidade de abstracção teórica
- Aptidão escolar e pensamento académico
- Erudição e escolaridade


Os testes de QI não conseguem avaliar:

- Intuição e bom senso
- Criatividade e originalidade 
- Liderança e sociabilidade
- Aptidão artística
- Aptidão motora 
- Moral e ética
- Motivação e persistência
- Aptidão emocional
- Concentração


Portanto, os testes de QI são muito incompletos e apenas avaliam uma parte específica das capacidades humanas. Além disso, o desempenho é muito afectado pelos aspectos socioculturais da pessoa em questão, o que torna muito pouco fiáveis os resultados. Há ainda que ter presente a ideia de que muitos dos sobredotados têm um pensamento essencialmente criativo e estes exercícios obrigam a um raciocínio predeterminado, o que faz com que possam ter resultados muito baixos nestes testes.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Logótipo do projecto

Finalmente apresentamos o logótipo do nosso projecto!
Digam-nos o que acham!

domingo, 14 de novembro de 2010

Reportagens televisivas

Encontrámos algumas reportagens televisivas sobre o tema do nosso projecto: a sobredotação.
Assistam e comentem!


Reportagem SIC: "Sobredotados em Portugal"




Reportagem SIC: "Pequeno Génio"




Reportagem Channel 4: "Moshe Kai Cavalin - 11 year-old boy graduates college"

Entrevista a Elizabete Proença


No passado dia 6 de Novembro, a Mariana e a Tânia encontraram-se com Elizabete Proença, mãe do João Pedro, considerado sobredotado do tipo cognitivo.
Aqui deixamos as informações que consideramos mais relevantes para o desenvolvimento do nosso projecto.
 

1. Quem foi a primeira pessoa a reparar que o João Pedro era diferente das crianças da sua idade?
O pediatra do João alertou-me para esse facto logo no início no entanto, aos 3 anos, reparei que o João se isolava muito das outras crianças, acabando sempre a brincar sozinho.
Por esta altura chegou-se mesmo a desconfiar que ele sofria da síndrome de Asperger.

2. O seu filho é considerado sobredotado de que tipo?
Do tipo cognitivo/intelectual.


3. Que idade tem o seu filho? Que ano está a frequentar?
O João Pedro tem 8 anos e está a frequentar o 5.º ano de escolaridade.
Apesar de ter entrado para o 1.º ano com 5 anos, ou seja, um ano mais cedo, a professora dele sentiu-se na obrigação de o passar imediatamente para o 2.º ano porque ele já sabia tudo o que se aprenderia no 1.º ano. Sendo assim, o João fez dois anos num e, no fim desse ano lectivo, passou para o 3.º ano.
 

4. Quais são as maiores dificuldades do João Pedro?
Ele tem grandes dificuldades de concentração, isola-se muito das crianças da idade dele, preferindo conviver com as mais velhas.
O João tem muito mau perder e, quando perde, fica de tal maneira desiludido e com tal raiva que se fecha no quarto a chorar desmedidamente e a berrar.
O João é também muito ansioso e hiperactivo e, por isso, tem grandes dificuldades em adormecer.
Desmotiva-se com muita facilidade e fartasse de uma actividade rapidamente.


5. Quais são/foram as actividades extra-curriculares que o João Pedro frequenta/frequentou?
O João andou na natação e na equitação mas cansou-se destas actividades rapidamente e, portanto, desistiu.
Agora frequenta o taekwondo e o judo, mas já quer desistir do primeiro porque o treinador de judo diz que ele é muito bom e quer levá-lo a campeonatos nacionais já este ano.


6. Quais são as áreas em que o João Pedro apresenta maior aptidão?
Matemática, Inglês e Geografia.


7. O João já foi ou é de alguma forma discriminado na escola?
Sim, já foi mas penso que actualmente já não o é.
Houve uma altura em que uma das professoras dele o tratava por “bebé inteligente”. E houve ainda outra altura em que um rapaz mais velho lhe batia. No entanto, eu falei com esse miúdo e percebi que tudo o que ele precisava era carinho e, agora, esse rapaz defende o meu filho sempre que é preciso.

8. Já abordámos os problemas do João Pedro a nível psicológico. E a nível morfológico, ele apresenta algum problema?
O João tem um problema ao nível auditivo que, apesar de não o afectar a nível escolar, é grave, tanto que ele já foi operado. O João apresenta 65% de surdez no ouvido esquerdo.
Ele sofre também de algumas enxaquecas que têm origem provável no cansaço porque, como já referi anteriormente, não dorme visto que sente necessidade de estar sempre atento a tudo.

9. Como já disse, o João é muito irrequieto. Sendo assim, o que é que o acalma mais?
A música, qualquer que seja o estilo.

10. Quais são as maiores preocupações do João?
Ele preocupa-se muito com a vida/morte e com o planeta Terra (reciclagem, seres vivos...).


11. Como é que o João reagiu perante um resultado escolar menos bom?
A pior nota dele foi um 68% a EVT. Em relação a esta nota, o João não se importou muito nem se demonstrou muito afectado, uma vez que não se sente interessado por esta disciplina.

Powerpoint da apresentação do projecto à turma

Powerpoint da apresentação do projecto à turma na aula de Área de Projecto (dia 05-11-2010)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Entrevista a Manuela Freitas (directora da CPCIL - Centro Português para a Criatividade, Inovação e Liderança)

Na quinta-feira dia 28 de Outubro, a Filipa, a Mariana e a Tânia encontraram-se no Centro Comercial Colombo com a senhora Manuela Freitas (directora da CPCIL) e entrevistaram-na:

1. Há quantos anos trabalha com estas crianças?
Ora, eu comecei a trabalhar nesta área da sobredotação em 1986, já lá vão uns anitos. Na altura foi só o conhecimento teórico, depois comecei a trabalhar mais na prática; fazemos primeiro a avaliação e o contacto com os pais, e depois começamos a fazer programas específicos para elas: programas de férias, programas de fim-de-semana e muitas conferências, fazemos todos os anos uma conferência. Portanto, durante mais ou menos 15 anos tivemos este trabalho, praticamente sozinhos. Depois começaram a aparecer outras associações, como a ANEIS, a associação das crianças sobredotadas no Porto e, entretanto, as coisas foram mudando e já há mais gente a trabalhar no assunto. Só que em termos ministeriais, em termos legais, tem havido um certo desinteresse, ultimamente, em relação a estas crianças e a todas as outras com problemas, por falta de dinheiro e por falta de gente com capacidade.

2. Que trabalho é que a instituição desenvolve?
Hoje em dia fazemos mais avaliação: os pais ligam-nos porque vêem o nosso site. Antigamente íamos muito à televisão, à rádio, etc. De há uns 10 anos a esta parte, como há mais associações, vamo-nos revezando e então às vezes os pais vêem na net e vêm falar comigo. Fazemos a avaliação, depois entramos em contacto com a escola, para saber o que é preciso fazer em relação a cada uma delas.

3. Como é feita a avaliação?
Fazemos testes. Costumo fazer ao contrário do que é normal, gosto de pegar na criança sem saber nada sobre ela e depois aplicar-lhe vários testes seja as matrizes progressivas de Raven, por exemplo, um teste de criatividade, um teste de coordenação motora, etc. Portanto apanhamos normalmente, e depois também na conversa, a parte cognitiva, quer verbal, quer lógico-matemática; apanhamos a parte criativa, das ideias e da realização gráfica; e também a motricidade. Portanto, ela chega, começamos a conversar, “como é que te chamas?” e assim… De uma forma geral, é relativamente fácil de ver; uma criança, mesmo bebé, nota-se bem, quando são aqueles bebés que têm um olhar mortiço e estão ali por estar, e aqueles que estão com os olhos abertos e a olhar para tudo, que absorvem tudo e estão muito mais despertos para a realidade. Naturalmente, vão adquirir muito mais rapidamente conhecimentos e serão muito mais interessados e motivados nas coisas. Depois, vai-se vendo com o desenvolvimento deles, também com a estimulação que possam ter, mais ou menos, de melhor qualidade ou de pior qualidade. Depois, vão fazendo os testes e vai-se vendo se, realmente, estão dentro da média ou muito acima da média.

4. É possível uma criança crescer sem ninguém reparar que é sobredotada?
Se as pessoas estiverem todas a dormir pode, não é? Se tiverem mais em que pensar, se andarem sempre no passeio, se tiverem na cabeça que é tudo normal, em princípio pode. Mas chega à escola e, em princípio, já não acontece isso, porque os professores estão mais habituados a ter um grande número de crianças e logo se apercebem que a criança está a fazer qualquer coisa de diferente em relação às outras. Também aí há muitos professores que são completamente cegos. Muitas vezes, a criança já sabe ler e escreve fluentemente e é capaz de estar um ano inteiro no 1º ano e os professores não notarem. Os outros todos estão a aprender a ler e a escrever e ela faz o mesmo que os outros. Porquê? Porque se o professor é um bocadinho rígido, as crianças acabam por esconder do professor, e não lhes passa pela cabeça que a criança já sabe ler.

5. Quais são os maiores problemas que estas crianças podem vir a revelar?
Aqui na sobredotação há controvérsia: há aqueles que advogam que o sobredotado é aquele que tem as capacidades elevadas em tudo, em todas áreas de uma forma excelente; e há aqueles que advogam que a sobredotação tem vários aspectos: pode ser sobredotado na área cognitiva, criativa, motricidade, liderança, sócio-emocional… O que acontece, normalmente, é que muitas vezes há componentes, ou seja, a criança pode ter uma só área desenvolvida e as outras menos. Portanto, isso depende muito. Eu sempre fui a favor deste tipo de sobredotação porque a minha formação é mais de pedagogia, interessa-me mais o problema das crianças na escola e não problemas mais abstractos. Interessa-me saber como a criança funciona, para a ajudar de uma forma mais harmoniosa. O que interessa é saber quais são as áreas fortes e se tem áreas fracas, tentar desenvolver as fracas para ficarem todas mais ou menos niveladas, e motivá-la através das áreas fortes. Muitas vezes, isto não acontece e, quando não acontece, a criança tem muitos problemas. Por exemplo, uma criança que é muito desenvolvida na área intelectual, vai para a escola e não está a fazer rigorosamente nada, vai ter desmotivação, desinteresse, e isso vai-se acumulando. Se a criança é, por exemplo, muito criativa e intelectualmente deixou-se ficar para trás; a criança gosta muito de desenhar, de ter ideias, de pensar pela sua cabeça, vai ser uma criança que vai ter problemas disciplinares, não vai ficar caladinha e sossegada na sala de aula. Portanto, depende um bocadinho da situação, as crianças são, normalmente, é desajustadas em relação à média. Depois há um outro problema que é, a partir de determinada altura, a criança acha que não vale a pena lutar contra o esquema. Portanto, uma criança que poderia ser extraordinária, acaba por não ser porque se acomoda. De certa forma, a escola limita as suas capacidades.

6. A sobredotação é algo inato ou que se adquire?
Isso é outra grande questão, se é genético ou se é devido às influências exteriores. Cada vez se aponta mais para o ADN, para os genes. A criança, em princípio, geneticamente tem essas capacidades. Portanto, tem muita componente genética e vem normalmente de um progenitor, às vezes pode não ser o pai ou a mãe, pode ser um avô. Depois, essa parte genética é valorizada se tiver um bom ambiente ou fica adormecida se não tiver. Se, realmente, não houver grandes estímulos exteriores, ninguém que fale com ela, que lhe ofereça brinquedos adequados, que a leve a passear e ver coisas, que tenha conversas com uma linguagem correcta e bom vocabulário; naturalmente que a criança fica muito mais passiva. Há sempre as duas componentes, sendo que esta segunda é uma componente que pode vir a mostrar a capacidade mais rapidamente ou não.

7. Como é que se deve lidar com estas crianças?
Depende. Há crianças sobredotadas muitíssimo sociáveis. Às vezes, são tão sociáveis que se tornam, por assim dizer, chatas. Geralmente falam, falam, falam, porque têm muita coisa na cabeça, têm muita informação para dar, muita para adquirir e estão permanente a falar. Às vezes, tornam-se tão chatos que acabam por ser ostracizados. Aí o que é preciso é ajudá-los a ouvir os outros, a não falarem só por si. Agora, há outros sobredotados que são muito introvertidos, são mais tímidos, gostam mais de observar. Aí é preciso ajudá-los a sair um bocadinho da casca e a pô-los em situações em que falem e tenham que apresentar as suas ideias.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O que é a sobredotação?

Antigamente relacionava-se a sobredotação com as habilidades cognitivas, utilizando-se exclusivamente testes de QI para a sua identificação.
Actualmente, a maioria dos especialistas considera uma definição mais abrangente que inclui diversas áreas de capacidades:
- Intelectual
- Académica 
- Artística 
- Social
- Motora
- Mecânica

A sobredotação resulta de uma capacidade acima da média numa ou em várias das áreas anteriormente mencionadas.

O nosso projecto


No âmbito da disciplina de Área de Projecto do 12.ºano, o nosso grupo decidiu abordar o tema da sobredotação.
O grupo é constituído por quatro elementos das Oficinas de S. José - Associação Educativa, em Lisboa: Filipa Valdeira, Maria Westwood, Mariana Loureiro e Tânia Silva.

Com este trabalho queremos divulgar os aspectos ligados à sobredotação e dar a conhecer este tema tão actual e controverso.

Neste sentido propomo-nos a partilhar neste blog o mais diverso tipo de informação, bem como as actividades que realizaremos ao longo deste ano lectivo.